De 40 integrantes surgem textos compilados pela escritora Rosa Leda Accorsi Gabrielli (ex-presidente) e o atual ocupante do posto, Eron Verissimo Gimenes.
O livro é uma coletânea com o objetivo de "mostrar a caminhada dos autores, marcada a ocupação das cadeiras por diversos escritores de Bauru e região e, talvez, permitir que se observe a dinâmica da língua portuguesa", enfatiza Rosa Leda.
Eron Verissimo lembra: o livro "Escritos Memoráveis" forma uma linha que costura passado e presente da Academia com uma mescla especial de cada acadêmico que, "ao ser costurado, seduz pela delicadeza poética".
PELA PAZ
E claro, falando em delicadeza poética, o evento de hoje tem outra vertente: a poesia pela paz.
Assim, também nesta tarde, quem estiver presente ao lançamento da obra poderá se engajar no movimento "Palabra en el Mundo". Trata-se, portanto, de um festival internacional dos amantes da poesia.
Há treze anos, sempre no mês de maio, o apelo é para que as pessoas se reúnam para ler, declamar, ouvir poesias como um apelo pela paz universal, "para que se derrubem muros, que façam florescer rosas e ofereçam-se saídas para o louco labirinto em que se encontra a humanidade".
Esse é o mote do autor, o poeta, ensaísta, jornalista, conferencista e promotor social chileno Tito Alvarado.
DO CANADÁ
Apesar de ser chileno, hoje morando e organizando movimentos a partir do Canadá, Tito desenvolveu o evento ao lado do também escritor Gabriel Impaglione (argentino radicado na Itália).
Para Tito Alvarado, seja em uma roda de leitura, um concerto, uma exposição, dança, peça teatral, aula para estudantes, homenagens na comunidade ou em bairros, o que importa é valorizar os poetas e artistas "dando um pequeno passo para a paz, no sentido de dignificar e reconhecer o próximo. A arte e a poesia aparecem em sua busca de um destino: o homem, a mulher, os idosos, os desvalidos, os necessitados de cultura e comunicação e, acima de tudo de solidariedade humana".
De braços abertos a novos autores
O evento desta tarde é totalmente gratuito e visa também estimular os futuros escritores de Bauru e região. O presidente da entidade faz questão de enfatizar que a Academia está aberta a toda a comunidade e o evento não é fechado da entidade. “Muito pelo contrário, queremos inclusive que quem tiver obras que queira editar, ter seu próprio livro lançado use a expertise da equipe de acadêmicos como consultores que ajudarão o novo autor a trilhar o caminho de colocar a obra no papel”, diz Eron, lembrando que objetivo maior da Academia (que já completou 25 anos) é estimular o culto à língua portuguesa e suas diversas formas de literaturas.
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SERVIÇO
“Palabra en el Mundo” e lançamento do livro “Escritos Memoráveis” (Lipel Edições): 25/5, hoje, a partir das 17h, com entrada gratuita na Academia Bauruense de Letras - praça Machado de Melo, prédio da antiga estação ferroviária. Entrada pelo portão entre o prédio da estação e o Museu Ferroviário (bem no final da rua Primeiro de Agosto).
Em “Palabra...”, a proposta é que o participante apresente um poema que estimule a paz, inspirado em atitudes que criem um mundo melhor.
Aconteceu ontem no Centro Educacional do Sesi o Primeiro Encontro Inter-Regional de Academias Municipais de Letras e Entidades Afins. Organizado pela Academia Bauruense de Letras, o evento reuniu escritores e organizações literárias para um dia de palestras, apresentações, discussões e exposições de obras. Ao todo, delegações de dezoito cidades paulistas compareceram.
O Encontro começou pela manhã, e a abertura ficou a cargo da Banda Sinfônica Municipal. O grupo tocou músicas que ficaram eternizadas em trilhas sonoras de grandes filmes, além de algumas canções da MPB e o Hino Nacional. Em seguida, os representantes das academias presentes fizeram breves considerações sobre o evento. “É uma festa importantíssima para que nós tenhamos a possibilidade de nos congregarmos cada vez mais”, afirmou Antonio Evaldo Klar, presidente da Academia de Botucatu. “É importante que tenhamos sempre esta comunhão”.
O primeiro palestrante do dia foi o poeta, romancista e ator Munir Zalaf. Ex-presidente da Academia Bauruense de Letras, ele falou das atividades da instituição nos últimos anos. Destacou a realização de palestras de incentivo à leitura, concursos de poesia, oficinas literárias e performances em eventos culturais. Falou também dos livros e cartilhas a respeito do novo acordo ortográfico, lançados pela ABL quando as mudanças na língua portuguesa passaram a vigorar. Em seguida, declamou o “Monólogo das mãos”, de Giuseppe Ghiaroni, e fechou a apresentação com o poema “Não me interrompam”, de sua própria autoria. No vídeo abaixo você confere um trecho da performance de Munir:A manhã do Encontro de Academias de Letras foi encerrada com uma palestra do escritor Menalton Braff, membro da União Brasileira de Escritores e vencedor do Prêmio Jabuti de 2000 na categoria Ficção, com o livro À sombra do cipreste. Na exposição “Narrativa literária, artigo de primeira necessidade”, Menalton traçou um panorama histórico, tratando de tópicos como a busca por uma definição do conceito de literatura e fazendo previsões para o futuro da narrativa literária. Segundo a análise do palestrante, o aparecimento da narrativa em outros meios como a televisão e o cinema tem estimulado na literatura uma preocupação maior à forma como se conta uma história do que ao enredo em si. “Se a narrativa é uma necessidade do ser humano, essas outras mídias que não o livro começam a preencher essa carência”, afirmou. “Segundo alguns, só existe um caminho para a narrativa continuar sendo literária, que é cada vez mais se aproximar da poesia. Os limites entre a narrativa e a poesia vão se diluindo”.